Economia brasileira mais isolada frente a mudanças geopolíticas

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23 de agosto de 2022

Economia brasileira mais isolada frente a mudanças geopolíticas

Indústria tem apenas 0,45% das exportações mundiais; em 2005, participação era de 0,85%.

Existem inúmeras evidências de que o Brasil está ficando isolado frente às transformações geopolíticas, ao avanço tecnológico e à busca por resiliência que tendem a reconfigurar as cadeias globais de valor (CGV) e os fluxos do comércio internacional.

“Para ficarmos apenas com os indícios mais sintéticos: somos a 12ª economia do mundo, mas ocupamos apenas a 26ª posição entre os maiores exportadores e a 29ª entre os países mais importadores. Nossas exportações de manufaturados são marginais no mundo e não param de encolher: representavam 0,85% do total mundial em 2005 e 0,45% em 2020”, contabiliza o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).

A entidade lançou nesta segunda-feira um documento que mostra o atraso brasileiro e como traçar caminhos para dar um salto à frente, com uma agenda de inserção competitiva da economia brasileira no mundo.

O documento, feito a partir de estudos realizados a pedido do Iedi pela professora da FGV/SP Vera Thorstensen – que por 15 anos assessorou a Missão do Brasil na OMC – e por sua equipe do Centro do Comércio Global e Investimento na FGV/SP, junto com o economista João Emílio Gonçalves, ex-gerente-executivo de Política Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), existem inúmeras evidências de que acumulamos um atraso muito grande nesta área.

Para o Iedi, o desenvolvimento de um país caminha pari passu ao avanço de sua integração com o restante do mundo. Diante disso, defende maior integração do país à economia internacional, processo será muito mais construtivo se simultaneamente forem realizadas as reformas necessárias para a redução do “Custo Brasil”, impulsionando a competitividade do produto nacional.

Entre as propostas estão: rever e recalibrar de modo coerente vários instrumentos de política, como a desoneração efetiva das exportações, por meio de uma urgente reforma tributária; racionalização das tarifas aduaneiras; cuidados para evitar excessivas e prolongadas apreciações da taxa de câmbio; recomposição do sistema de financiamento às exportações; política externa e comercial pró-ativa; investimentos planejados em logística; suporte ao aprendizado tecnológico, engenharia reversa, P&D, desenvolvimento de marcas e ativos comerciais.

Fonte: Monitor Mercantil