Após greve e Copa, eleições mantêm economia no olho do furacão

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15 de agosto de 2018

Após greve e Copa, eleições mantêm economia no olho do furacão

A forma como a economia se desenha é delineada dia após dia sob influência de uma série de fatores. Conforme os acontecimentos se desdobram, os contornos se alteram para melhor ou para pior, de acordo com as circunstâncias. Na economia internacional, por exemplo, EUA e China se duelam, já sem o mesmo fôlego de antes, pela hegemonia comercial. Por outro lado, esta dualidade atinge as demais economias do mundo como a do Brasil. 

Se, por um lado, isso é verdade, por outro, fatores internos têm sido os grandes determinantes para o desenho que temos até agora. De acordo com o consultor financeiro Charles Vezozzo, o Brasil passou recentemente por uma reforma trabalhista que ainda não surtiu efeitos positivos para a economia. Pelo contrário, desde que a mesma entrou em vigor, o número de demissões cresceu vertiginosamente. 

Diferente do cenário projetado pelo governo federal, conforme salientou à época das mudanças trabalhistas o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, com a criação de 6 milhões de novas vagas de emprego, o que se viu foi a perda imediata de quase 340 mil vagas, bem distante das 8,5 mil perdidas no mês anterior à reforma, conforme dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). 

Já em 2018, até o momento, dois episódios contribuíram para a retração da economia como a greve dos caminhoneiros ocorrida no início do segundo semestre e a Copa do Mundo, com poucas semanas de diferença. "Não se questiona a legitimidade da greve. Porém, lamentavelmente, o movimento impactou negativamente na nossa economia, já que os cálculos prévios apontam para redução de 0,2% do PIB neste ano, por ter impactado na produção, logística e comercialização. 

Com base em observação regional e local e das previsões da economia, o crescimento ficou ainda mais lento, pois previa-se um PIB de 3% para este ano e a previsão atual é de 1,5%, aproximadamente", salientou Vezozzo que reiterou que "a Copa do Mundo também influenciou a nossa economia, infelizmente de forma negativa por diminuir a produtividade de muitos segmentos, pelos fechamentos em dias de jogos do Brasil e diminuição de consumo de bens e serviços". 

Segundo o especialista, o Brasil está "saindo de um período de maior retração para perspectiva de crescimento de 1,5 % do PIB este ano. Espera-se um crescimento e estabilidade maior em 2019, com PIB de aproximadamente 3% (como projetado inicialmente para 2018) e aprovação de algumas importantes reformas, como a previdenciária e a fiscal, tão importantes para o futuro do nosso País", acredita. 

Para o segundo semestre deste ano, quando ocorrerão as eleições, no entanto, a projeção é de um crescimento mais lento do que as previsões feitas no início de 2018, com os juros nos patamares atuais, de 6,5 % ao ano, dólar na casa dos R$ 3,60 no final do ano e inflação oficial em torno de 4%. "Os mercados financeiros reagem bem ou mal aos candidatos eleitos pela população. As medidas pós-eleições também impactam para melhor ou pior no cenário econômico nacional". 

Fonte: Sescap-Ldr (Sindicato das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações, Pesquisas e de Serviços Contábeis de Londrina e Região).