O atual cenário econômico, resultado direto de um conturbado momento político, jogou luz à classe contábil. Com o fechamento de inúmeras vagas de trabalho que levou 14 milhões (13,6%) de brasileiros ao desemprego, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e, em casos mais graves, ao encerramento das atividades, a assessoria contábil tornou-se mais do que fundamental para apontar um norte à classe empresarial.
"O contabilista tem um papel importante de mostrar ao cliente onde ele está errando e qual a melhor atitude tomar para evitar o fechamento ou concluir que esta é a melhor alternativa a fim de se evitar um endividamento com o risco de perda de patrimônio", explica o empresário contábil e diretor do Sescap-Ldr, Leônidas Pereira da Silva Junior.
"A contabilidade faz muito mais do que simplesmente trabalhar para o governo e sua importância vai muito além do simples trabalho de um 'office boy de luxo', como é às vezes citada de forma pejorativa. É uma área imprescindível para o sucesso de qualquer negócio empresarial, seja de pequeno, médio ou grande porte, pois reúne todos os atributos necessários para geração de informações relevantes para a tomada de decisões dos empresários, possibilitando a ele identificar quais as áreas de sua empresa merecem atenção especial para que o resultado final, de preferência lucro, seja mais facilmente alcançado", defende o presidente do Sindicato das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações, Pesquisas e de Serviços Contábeis de Londrina e Região (Sescap-Ldr), Jaime Cardozo.
Transparência
Junior complementa que "quando o cliente entende a complexidade do exercício da contabilidade e que fazemos isso para ele e não para o lado oposto, nosso trabalho acaba sendo ainda melhor desempenhado". O empresário explica que é muito importante que a relação entre profissional contábil e cliente seja de total transparência para que isso não afete a saúde financeira da empresa.
A importância do controle dos números e do caixa é observada desde a antiguidade e remonta a 2 mil anos antes de Cristo. No entanto, é em 1494, com a publicação do trabalho do matemático e frei italiano Luca Pacioli, "Tratactus de Computis et Scripturis" (Contabilidade por Partidas Dobradas), que surge a contabilidade como a conhecemos hoje. E restringindo o exercício da profissão ao território brasileiro, é de espantar a crescente demanda por parte dos governos Federal, estaduais e municipais com a criação de novos procedimentos ano após ano. "O pior é que a demanda cresce e não é possível repassar esse custo todo para o cliente", comenta Junior.
Conhecimento
"Eu costumo dizer que o profissional contábil precisa ainda ter conhecimento jurídico e saber lidar com a parte emocional do cliente. A parte do direito entra quando precisamos elaborar um contrato social e entrelaçar a demanda tributária da empresa com o intuito de se evitar qualquer procedimento que fuja da lei. Já o lado emocional é quando o cliente passa por um momento agitado dentro da empresa, e nós, como profissionais, precisamos orientá-lo em como proceder para evitar prejuízos de ordem financeira", ressalta.
Fonte: Folha de Londrina/Sindicato das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações, Pesquisas e de Serviços Contábeis de Londrina e Região (Sescap-Ldr)